Uma pesquisa feita pelo Sebrae-RS com pequenas empresas gaúchas revela o tamanho do impacto da pandemia sobre o setor. A pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise é realizada semanalmente e apontou que o capital de giro não apenas continua liderando entre as principais necessidades dos pequenos empresários, como a sua carência é crescente. No sexto período do levantamento, realizado entre os dias 10 e 19 de maio, este item teve um aumento de três pontos percentuais e chegou a 64%. A isenção de impostos e taxas aparece como segunda necessidade (37%), seguida por alternativas para diversificar produtos/serviços (29%), carência para pagamento de impostos e taxas (25%) e consultoria para readequação do negócio (22%).
Obter capital de giro é fundamental para a empresa operar regularmente, pois permite alocar os recursos na sua administração e operação, garantindo a sua sobrevivência no longo prazo.
A pesquisa apontou que, nessa semana, 70% dos negócios foram afetados negativamente pela pandemia, enquanto 20% foram impactados positivamente. Além disso, 78% tiveram redução do faturamento - na primeira semana da pandemia, havia chegado a -90%. Agora, 9% estão com faturamento em alta.
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- Tendo em vista os reflexos da crise provocada pelo coronavírus, para além da operação do seu negócio, os empreendedores se viram obrigados a buscar outras formas de obtenção de capital de giro como, por exemplo, as linhas de financiamento com instituições financeiras privadas e oficiais, e isso não tem sido tarefa fácil - diz o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy.
Desde o início da crise do coronavírus, o governo já anunciou diversas modalidades de apoio financeiro a pequenos negócios, mas apenas 4% chegaram aos empreendedores, segundo pesquisa do Sebrae Nacional.
O monitoramento do Sebrae RS aponta que 34% dos empreendedores entrevistados buscaram empréstimo para manter o seu negócio após o início da crise. Porém, entre estes, apenas 37% conseguiram efetivar a operação, 40% não conseguiram e 23% estão com o pedido em análise pela instituição. Na semana passada, o governo federal sancionou lei que cria nova linha de crédito para os pequenos negócios atingidos pela crise.
Para Godoy, a boa notícia é que o Pronampe permite que Fintechs e cooperativas de crédito também operem essa linha de crédito.
- Essa pode ser uma solução facilitadora da chegada desses recursos ao empreendedor - diz.
A SITUAÇÃO DAS PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO
Perda no faturamento
- 53% das empresas - Perdeu mais do que 50%
- 18% - De 41% a 50%
- 15% - De 31% a 40%
- 6% - De 21 a 30%
- 3% - De 11 a 20%
- 1% - De 6 a 10%
- 2% - Até 5%
Expectativa dos negócios nos próximos 30 dias
- 49% pretende manter
- 24% pretende reposicionar
- 11% pretende expandir
- 10% reduzir
- 6% pretende encerrar
Necessidades
- 64% capital de giro
- 37% isenção de Impostos e taxas
Financiamento
- 34% buscaram empréstimo
- 66% não buscaram empréstimo
Dos que buscaram empréstimo
- 37% conseguiram
- 23% estão em análise
- 40% não conseguiram
Motivos por não conseguir empréstimo
- 32% - Taxas de juros alta
- 21% - Falta de garantias ou avalistas
- 16% - Empresa não possui capacidade de pagamento suficiente
- 11% - Empresa ou sócio com restrições cadastrais
- 11% - Empresa possui alto endividamento
- 11% - Não sabe